top of page
Cópia de IMG_6376 - PB.jpg

morrer em vida

a morte,

a vida…

são feito vapor quente.

ardem e queimam 

e logo dissipam.

e todos os pedacinhos de história

construída ou destruída,

esvanecem no ar úmido.

nada é mais vaporoso, 

do que o morrer em vida.

BORBOLETA DANÇANTE

“Spiegazioni lineari sono quasi sempre bugie”

Elena Ferrante

Queria ser daquelas pessoas

 

que não fazem esforço para serem amadas.

 

Daquelas que podem errar... 

 

E são perdoadas e queridas

 

também por seus erros! 

Cópia de IMG_6805 - PB.jpg
Cópia de IMG_6805 - PB.jpg

houve uma época em que eu era uma borboleta dançante

entre mesas e engradados de cerveja… “meio Maisa, exibida (adjetivo, substantivo ou particípio?)… papagaiante, bem macaquinha de circo”.

aos 11 entrei no teatro. aos 13 fiz um curso de cinema. ao final da minha interpretação como Winona Ryder de uma cena do clássico Minha Mãe é uma Sereia (puta filme aliás!) todo mundo chorava, incluindo minha parceira de cena.

aos 16, já de volta ao Brasil, fui selecionada para a primeira edição da oficina do Wolf Maya.

recusei ali - e para sempre - qualquer continuidade de carreira que não fosse o Direito.

“das 9h as 18h”

me convenci de que eu, ao contrário de toda a minha família, sou “careta”…2000 e 2001 foram anos que vivi anestesiada… lembro pouco deles. tentei o suicídio, passei no vestibular, trabalhei pra caramba, tomei meu primeiro porre, engordei e emagreci 15kg em menos de 1 ano.

comecei a me achar feia, sem graça, sem talentos, desinteressante.

incorporei a “Tayná, inteligente, divertida, sarcástica, ou sem graça, mas inteligente”.

neste meu imaginário eu era a própria Betty a Feia.

"não sou criativa"

"sou pragmática"

"zero fotogênica"

​​

parei de escrever.

não sei dizer exatamente quando ou como essa chave começou a girar.

o mergulho nos estudos de gênero, a maternidade e o peso de me ver completamente absorvida por outra existência, como se a minha não tivesse propósito por si mesma… resgatar o EU, me obrigou a olhar para a Tayná que eu mesma por tanto tempo matei.

eu poderia ter sido muitas coisas se não tivesse rejeitado tudo que veio do lado artista da família.

poderia ter sofrido menos se eu não iniciasse tão cedo um processo de auto ódio tão difícil e sofrido de erradicar.

 

ainda posso…

 

e vou…

"De quantas metamorfoses se faz uma vida? não é apenas um ensaio, um registro fixo.

 

É um organismo vivo — assim como suas quatro sessões que respiram, mudam e sangram conforme eu mesma vou renascendo.

 

É um compartilhar íntimo em permanente construção.

Cada foto tem e pode ter múltiplos significados e leituras, releituras, novos sentir. 

Cada texto nasce de momentos e vivências que se transformam e elaboram ao longo do tempo....

Para receber todas as atualizações, spoilers, e mais, diretamente na sua caixinha, basta deixar seu e-mail 


bottom of page